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A música e o cérebro.

  • crispsicologa84
  • 12 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 27 de ago. de 2021

A música tem a capacidade de acordar emoções, despertar memórias (quantas vezes ouvir determinada música nos faz lembrar de momentos inesquecíveis ou de pessoas especiais?) e intensificar experiências sociais.


A música como artifício terapêutico capaz de melhorar a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento humano.

Influência no humor...

A música tem um papel envolvente na vida das pessoas, podendo causar aproximação e atração entre indivíduos melhorando assim sua socialização (TEKMAN e HORTAÇSU, 2002).

A música se apossa de muitas partes do córtex cerebral, o qual se desenvolve quando um ritmo é percebido, aprendido e imaginado. Ele considera a musicalidade peculiar aos seres humanos, quando sustenta que nenhum outro animal é capaz de ouvir e distinguir sons complexos, compostos de tons, semitons, ritmos e expressões orais (Sacks 2007).


De acordo com Daniel J. Levitin (2010), o ato de ouvir música se inicia nas estruturas subcorticais (núcleos cocleares, tronco cerebral e cerebelo) antes de avançar para o córtex auditivo.

A música é percebida em completude a partir de oito parâmetros perceptivos:

- Intensidade;

- Altura;

- Contorno;

- Duração;

- Andamento;

- Timbre;

- Localização espacial;

- Reverberação;


O CÉREBRO

Ouvir música esta atrelado a diversas partes do córtex cerebral, sem atribuir, portanto, exclusivamente ao córtex auditivo. Quando alguém acompanha uma música conhecida, acionam outras regiões do cérebro, como HIPOCAMPO que está relacionado a memória (Daniel Levitin, 2010)




O efeito que a música produz no cérebro através da liberação de dopamina e que leva a sensações de prazer, euforia e aumento da energia.



A capacidade de a música influenciar o estado emocional do indivíduo se deve ao fato dela produzir reações fisiológicas cuja magnitude parece depender do conteúdo emocional. Portanto, a percepção musical envolve muitas variáveis, muitas áreas encefálicas e é capaz de influenciar o corpo todo através das reações emocionais e fisiológicas (CARTER, 2009). Desta forma, pode-se afirmar que a música, que é parte da cultura humana desde tempos remotos, é um instrumento de diálogo não verbal. Ela é inata e pode desencadear profundos processos de transformação pessoal os quais afetam não só o próprio indivíduo, mas também o universo que o rodeia em todas as suas manifestações e formas.

A sensação musical começa na criança com uma emoção de prazer puramente auditiva, a qual evolui integrando-se aos outros analisadores: visual e motor, compondo assim esquemas amplificadores que envolvem regiões integrativas do cérebro, desde a cóclea até as áreas pré-frontais, aí incluída a participação subcortical do hipocampo-memória, bem como os centros límbicos de recompensa: amígdala e nucleus accumbens, facilitadores da produção de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, noripinefrina e endorfina, cujos efeitos podem levar à alegria, felicidade e ao êxtase.

O canto e o manejo de instrumentos permitem ao indivíduo extravasar afetos, emoções, sentimentos.


A MÚSICA E O CÉREBRO



A terapia musical, quando baseada em renovados constructos relacionados ao cérebro e à música, pode representar uma “virada” na reorganização das centenas de milhões de neurônios e de suas milhares de conexões sinápticas.

Algo parecido com o “Efeito Borboleta”.

Não existe maior poesia que aquela contida numa nota musical!

Poderão os tratamentos do futuro, caminhando através do som... do tom...

da melodia... da harmonia... do ritmo... e do êxtase, atingir a felicidade?


De acordo com American Music TherapyAssociation (AMTA), a MUSICOTERAPIA constitui-se a partir de estudos e de intervenções baseadas no uso da música com a finalidade de estabelecer uma relação terapêutica na perspectiva individual ou coletiva.

“Trata-se de uma ciência voltada à promoção de saúde, bem-estar e desenvolvimento humano”.


Na MUSICOTERAPIA...

Podem incluir criação, composição, canto, dança e audição de músicas nos mais variados estilos.


O enfoque da MUSICOTERAPIA é lançado sobre aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais relacionados com indivíduos de todas as faixas etárias.


Muitas pesquisas relatam e apontam a importância da música como um elemento de otimização das funções cerebrais com destaque para a memória, uma vez que a música envolve armazenamento de símbolos organizados estimulando a cognição. Além disso, a música apresenta grande importância em distúrbios motores como a doença de Parkinson.


Estudo de caso... Idosos após acidentes vasculares encefálicos foram submetidos a cinco sessões semanais de 30 minutos de musicoterapia interagindo com piano e bateria. Os mesmos foram avaliados antes e após este período quanto ao desempenho motor fino (movimento de dedos), movimentos de pulso e movimentos mais amplos. A melhora na capacidade motora foi percebida nos movimentos e atribuída à plasticidade neural das vias motoras do córtex cerebral para a medula espinal a partir da estimulação causada pelos estímulos musicais (AMENQUAL et al., 2013). Por isso, Sacks (2007) afirma que a música correta, pode orientar o indivíduo quando este não é mais capaz de fazê-lo por si só.


Efeitos da MUSICOTERAPIA no combate à dor em pacientes hospitalizados (American Music TherapyAssociation (AMTA)):


-Redução da ansiedade e do estresse;

-Manejo da dor e do desconforto;

-Mudanças positivas no humor e no estado emocional;

-Engajamento do paciente no tratamento;

-Redução da estadia do paciente no hospital;


A crescente importância da música é cada vez mais reconhecida como recurso terapêutico, principalmente direcionado a pessoas acometidas por doenças motoras ou que afetem a memória. A musicoterapia tem sido apresentada como um dos caminhos mais rápidos e eficazes para promover o equilíbrio entre o estado fisiológico e emocional do ser humano uma vez que a musicoterapia estabelece uma sincronia entre estes estados. Sua aplicação prática requer todavia conhecimento e habilidade a fim de que, além de proporcionar suas abordagens terapêuticas, o indivíduo possa adquirir um estado de bem estar físico e psíquico.


“A música é o mais poderoso antídoto contra a demência. Pode salvar uma pessoa com Mal de Parkinson, resgatar outra com Alzheimer e até transformar alguém que nem se importava com ela num exímio virtuose” (Sacks).




 
 
 

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